Post Recentes
Quando desejamos desenvolver uma nova habilidade, treinar com afinco pode não ser o suficiente. Muitas vezes a diferença entre triunfar e fracassar está no fato de termos suporte contínuo, que nos apóie e corrija possíveis falhas no desempenho. Essa premissa está muito bem demonstrada no filme "O Discurso do Rei".
No filme, o segundo na linha sucessória ao trono da Inglaterra é gago. Apesar de ter sido forjado para ser o monarca, tanto quanto seu irmão primogênito, ele vê essa possibilidade de forma distante devido aos seus medos e bloqueio na fala, que o impedia de ser um orador ao menos satisfatório.
Após tentar vários métodos, com diferentes especialistas em oratória, e desistir por total ausência de avanços, o duque vai parar num porão, numa região não sofisticada de Londres, por influência de sua esposa, para ver um profissional um tanto excêntrico na arte de educar: Lionel Logue. A distância que os separa inicialmente é a mesma que separa qualquer mortal de um futuro rei. Mas com a visão muito especial de Lionel acerca do processo que ele oferta como um serviço ao Duque, as barreiras entre treinando e treinador vão caindo por terra.
O Duque avança de forma lenta, mas consistente. O trunfo de Lionel não é a ortodoxia de seu método de ensino, tampouco sua técnica afiada, mas sim o seu apoio constante, sua mão estendida, sem ser condescendente em qualquer momento. Ele é generoso em seu suporte e exigente em seus critérios. Usa de muito humor também, o que torna o desenvolvimento do futuro rei mais leve, menos formal e faz surgir nele maior espontaneidade - fator decisivo na arte de falar em público.
Lionel parece entender que quando buscamos crescer numa área difícil para nós, as recaídas fazem parte do caminho, e não podem constituir impedimento para continuarmos. "O crescimento se dá em ondas", como bem explicou o maior treinador americano em falar em público, Dale Carnegie. A semelhança entre o método e a verve de Dale Carnegie e do personagem é indiscutível bem como a imensa habilidade em lidar com pessoas.
Quando o duque assume o reinado, ele e Lionel transformam seu trabalho juntos numa amizade que duraria pelo resto da vida de ambos. E por certo essa amizade, para um homem poderoso e solitário como o rei George VI, é a maior mestra de todas. O filme é o campeão de indicações ao Oscar do ano, com 12, inclusive melhor filme e diretor.
Quando a timidez vira doença
Andar pela orla da praia de óculos escuros com o olhar fixo no chão. Torcer para não ser notado em lugares públicos. Não atender o telefone. Com ares de táticas de celebridade para fugir de assédio, tais situações são corriqueiras na vida de quem sofre de uma doença reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como fobia social ou timidez patológica. Ela é identificada em pessoas que têm medo de agir de forma ridícula ou inadequada na presença de outras – o que as faz deixar de se relacionar.
O auxiliar administrativo gaúcho Eduardo Finkler, 22 anos, há três faz terapia para deixar de figurar nessa estatística. Antes de procurar um psiquiatra, ele passou três anos suando toda vez que o telefone da empresa que trabalhava tocava. Nessas horas, fingia ignorar o som até que um dos colegas atendesse a ligação. Mais do que deixar Eduardo ansioso, desempenhar uma atividade, fosse no trabalho, na hora de se divertir com amigos ou conhecer uma garota, o prostrava. Por isso sua timidez era patológica. Se fosse apenas tímido, em vez de fugir dessas situações, ele até poderia transformar a ansiedade em combustível para melhorar seu desempenho. “Até os 19 anos eu nunca tinha saído à noite. Namorar, então, não tinha condições”, conta o gaúcho. “Eu até queria conversar com as pessoas, mas travava, não conseguia e passava por antipático.”
O médico Nei Nadvorny, de Porto Alegre, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, conta que o fóbico social vive em um mundo de fantasia, na medida em que acredita que há um holofote sobre sua cabeça em qualquer lugar freqüentado por ele.
Dicas para perder a timidez
Seja mais otimista
Saía do seu mundinho
Controle a sua ansiedade
Não se menospreze
Não exija tanto de você
Não ponha ninguém em pedestal
Engula o orgulho
Mais Postagens